Protesto contra Crise na Segurança Pública
Policias federais vão parar amanhã contra ‘câncer na segurança pública’
Agentes da Polícia Federal prometem nova paralisação por todo o país nesta terça-feira (8), Dia Mundial de Luta Contra o Câncer. De acordo com a Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), os agentes irão realizar o enterro simbólico da segurança pública em frente a todas as superintendências da PF no país. A data foi escolhida pois “a burocracia e a falta de investimentos são os grandes cânceres das polícias brasileiras”, diz comunicado enviado ao UOL.
Esta será a quarta paralisação de um dia feita por agentes da Polícia Federal desde o início do ano. Segundo a Fenapef, a adesão tem alcançado cerca de 50% dos policiais federais. De acordo com o movimento grevista, as paralisações são para chamar a atenção da sociedade e do governo para o sucateamento da PF. Os policiais denunciam ingerência e interferência política em investigações, cinco anos sem reajuste salarial e falta de pessoal e equipamentos.
“Uma das nossas metas é exigir que os relatórios produzidos pelos agentes federais sempre sejam avaliados pelos juízes, pois muitos processos são arquivados por falta de provas e corruptos e criminosos ficam impunes, devido às interferências de uma burocracia inútil que existe na Polícia Federal”, afirma Jones Borges Leal, presidente da Fenapef. “Existem núcleos operacionais de delegacias especializadas com 2 ou 3 agentes federais, e isso significa que uma investigação que deveria durar 2 meses vai durar 2 anos. É um absurdo, pois crimes são prescritos, e os corruptos e o crime organizado comemoram o descaso do governo com a Polícia Federal”, completa.
No final de semana, passageiros que embarcavam em vôos internacionais no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, chegaram a esperar por mais de uma hora em filas no setor de migração. Oficialmente, a Polícia Federal informou que o houve um problema no sistema informatizado usado na checagem de passaportes.
De acordo com policiais federais ligados ao movimento grevista, o problema na verdade é que há falta de agentes no aeroporto para realizar o serviço, feito em conjunto com uma empresa terceirizada que “não dá conta do recado”.
A PF informa que está em curso um processo de contratação de uma nova empresa para fazer a checagem de passaportes, e que os problemas e atrasos recorrentes serão solucionados em breve.
Fonte: UOL Notícias