Injustiças, não mais. Chega de perseguições.
Por José Carlos Santana.
Prezados colegas Inspetor Mizael, Inspetor Farias e Inspetor Costa,
Lamentavelmente recebemos a triste notícia de vossas demissões. Porém, atestando de moto próprio a dignidade dos prezados companheiros, quero dar o meu depoimento sincero sobre as suas personalidades. Sinto-me qualificado para tal pela convivência por mais de duas décadas com vocês.
Pelo que fui informado o processo que originou essa injustiça teve origem em problemas pessoais entre dois colegas. Um deles seria sócio da ABASTE. E acredito até que o denunciante hoje se arrepende amargamente sobre o desfecho, pois sempre mereceu de todos a maior consideração. Porém somos sabedores que os erros cometidos pelos subordinados no serviço público geram punições aos gestores e no decorrer de apurações, infelizmente, sobra muitas vezes para quem não teve nada com o caso.
Primeiro quero falar um pouco do Inspetor Mizael Freitas de Santana, homem de honradez ilibada, honesto, probo, trabalhador incansável quando esteve Superintendente. Sempre foi respeitado pelos seus colegas, gozando de prestígio em todos os setores em que se fez presente. Defendia como poucos a PRF onde quer que estivesse. Fez uma administração brilhante, lutou para a melhoria funcional e estrutural da PRF até aonde pode. Conhecia e conhece como poucos a PRF e poderia ter dado continuidade e contribuir para o seu crescimento se não tivesse se aposentado voluntariamente. E a prova disso é que foi convidado imediatamente ao se aposentar para assumir cargo na administração municipal de Feira de Santana.
Em alguns momentos foi chamado de sonhador quando falava dos avanços possíveis, mas ele permanecia impassível. Hoje suas previsões se concretizaram ao assistirmos a modernização da PRF. Quando algum colega cometia falta administrativa leve, contemporizava, advertia e nunca teve rancor de quem quer que fosse.
Junto ao sindicato, do qual fui presidente por três mandatos, houve sempre uma relação de respeito e cordialidade e conseguimos resolver muitos problemas via negociação. Enfim, considero o Inspetor Mizael um homem de bem e mesmo entre os seus inimigos gratuitos, pois os há principalmente para quem comanda ou comandou qualquer instituição, pelo menos os que forem honestos atestarão o que digo. Em suma, o Inspetor Mizael soube fazer uma ponte de simpatia entre a PRF, as demais instituições públicas em geral, e a sociedade baiana.
Já o Inspetor Farias colocava sempre a PRF no mais alto patamar quando alguém representando outra instituição da área da segurança pública tentava denegrir e/ou desmoralizar a Instituição. Ele tinha a competência de desfazer as impressões negativas e em muitos momentos na imprensa conseguia também colocar a PRF acima de qualquer suspeita. Não aceitava generalizações em razão de desvios comportamentais individuais e nunca deixava a instituição ser maculada por quem quer que fosse.
No meu entender, o Inspetor Farias foi na gestão do Inspetor Mizael um substituto a altura e, para ele também dedico as minhas palavras feitas em defesa do Inspetor Mizael. O Inspetor Costa sempre cordial e cumpridor dos seus afazeres, por muitos anos esteve a frente desse setor sensível que agora desaguou na sua demissão e dos demais colegas aqui citados.
Diante desse desfecho para os colegas servidores exemplares e que tanto fizeram pela PRF, sei também que muitos defeitos possuem, porém quem não os tem? Quem não tem antipatia gratuita ou justificada de alguém? Resta-me solidarizar-me e colocar-me à disposição dos companheiros. Sempre os considerarei pessoas de grande dignidade e peço-lhes manterem a calma e a confiança em Deus acima de tudo para que a correção desse equivoco aconteça o mais breve possível.
Que Deus os ilumine e guarde sempre para vencerem mais uma batalha.
José Carlos Santana
Mat. 1.162.272
Inspetor aposentado da PRF. Sindicalizado ao SINIPRF-BRASIL