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Salve o dia 24 de Julho – Dia da Polícia Rodoviária Federal

Apesar de completar oitenta e dois anos, a Polícia Rodoviária Federal é considerada nova como Polícia de direito. Durante a maior parte do tempo, compreendido entre 1.928 a 1.991, esteve sob a égide do antigo DNER, sendo sempre lembrado por nós porque foi onde começamos e amadurecemos, conhecendo os nossos direitos e a nossa missão como responsáveis pela segurança pública nas rodovias federais. E foi este conhecimento que nos capacitou para convencer as autoridades brasileiras, em especial o parlamento nacional, a apoiar a nossa luta por órgão independente.

Uma história de coragem e espírito público

Em praticamente todo território nacional é possível encontrar o policial rodoviário federal nas estradas federais.  Muitos estão isolados em rodovias sem quaisquer recursos. Mesmo nas mais importantes como a Dutra e Régis Bittecourt, existem postos sem telefone, cuja única comunicação com a Base é feita por rádio, apesar de cabos de fibra ótica passar em frente ao posto policial. Imagine em locais distantes onde a cidade mais próxima fica a mais de uma centena de quilômetros. Esta realidade faz com que os policiais rodoviários federais sejam as únicas autoridades em regiões isoladas, sendo obrigados a intervir em brigas de vizinhos, auxiliar partos, além de prestar socorro de vítimas em todos os tipos de acidentes, em alguns casos até longe da rodovia.

A verdadeira história da Polícia Rodoviária Federal é feita de atos heróicos, de abnegação, coragem e espírito público. Os capítulos negros, escritos por maus elementos, apesar da repercussão que costumam ter na imprensa, não pode macular e nem esconder o trabalho valioso que é da grande maioria dos policiais. Cabe, às autoridades, punirem os maus profissionais e a sociedade reconhecer o valor daqueles que, apesar das precárias condições de trabalho, risco de vida e dificuldades pessoais, não sucumbiram às tentações, que passam todos os dias e continuam honrando a corporação.

Tudo começou em 1928.

O então Presidente Washington Luís, dinâmico e grande propulsor do rodoviarismo brasileiro, em 24 de julho daquele ano, criou a Polícia de Estradas. Sua principal atuação era para o tráfego em geral. Já em 1935, Antônio Felix Filho, conhecido como “Turquinho” foi incumbido pela Comissão de Estradas de Rodagem, que antecedeu o DNER, para organizar os serviços de vigilância nas rodovias – Rio – Petrópolis, Rio – São Paulo e União Indústria, que naquela época interligava a Capital Federal – Rio de Janeiro, com o maior pólo de tecelagem do Estado de Minas Gerais, localizado na cidade de Juiz de Fora, na época, considerada a Princesa de Minas. Surgiram, assim, os Inspetores de Tráfego, 13 homens que em suas motocicletas Harley Davidson percorriam as estradas. Em 1943 foi criado um núcleo da Polícia de Estradas do Paraná, para fiscalizar as estradas que estavam sendo construídas na região. Em 27 de dezembro de 1945, foi instituída a Polícia Rodoviária Federal, sob o comando do DNER, chefiado pelo Engenheiro Edmundo Regis Bittencourt, homenageado, posteriormente, com seu nome na rodovia que liga São Paulo a Curitiba. Em 1963, depois de quase ter sido extinta, a Polícia Rodoviária Federal recebeu a denominação de Patrulha Rodoviária Federal, daí a expressão “patrulheiros”. Em 1991, pelo Decreto 1.655/91, passou para o controle do Ministério da Justiça.

Estas fases jamais esqueceremos, e iremos lutar para que esta história seja matéria curricular em nossas academias, pois entendemos que muitos problemas que hoje enfrentamos de segregação, deve-se ao desconhecimento desses fatos históricos importantíssimos, realizados por nossos companheiros que continuam na luta, a todo vapor,  e portanto merecedores de todo respeito e consideração. Foi no extinto DNER que fomos capacitados para a luta. Houve a seleção dos guerreiros, que diante da ameaça de serem demitidos por causa da instabilidade e vulnerabilidade no trabalho em face do vínculo empregatício pela CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Este fato era lembrado diariamente àqueles – na época patrulheiros – pressionados psicologicamente por reivindicarem tratamento adequado e reconhecimento correto da missão do policial rodoviário federal.

Desde então, de conquistas em conquistas, tem-se emoldurado nossa bela história. A mais nova e entusiasmante, foi o reconhecimento e a oficialização da classe de Inspetor, denominação que por muitos anos foi só um apelido. Ostentavam-se sobre os ombros as famosas “latinhas” e com elas muitos pensavam que eram mais que os outros e pintavam e bordavam, depois mudava a chefia e lá estavam eles sem as suas “latinhas” tendo que amargar os escárnios dos colegas. Hoje temos a nossa classe, grande conquista! E agora vamos lutar para dar a ela o devido reconhecimento no que diz respeito ao cargo, atribuições, salário e as suas legítimas insígnias.

Assim como preparamos a casa para a chegada das novas gerações de policiais rodoviários federais e aqui não podemos esquecer de quando nos reunimos na Escola Superior da Administração Federal – ESAF – no ano de 1993, Sindicalistas, Administração Central, Superintendentes, Delegados e Profissionais de várias áreas – para estudar o perfil do novo policial rodoviário federal. Este estudo foi a preparação para a chegada da turma de 1994, e agora estamos preparando a casa  para a chegada das novas gerações de Inspetores. O Sindicato Nacional dos Inspetores da Polícia Rodoviária Federal, olhando para frente, por cima dos interesses pessoais daqueles que se sentem ameaçados e nos atacam raivosamente, se reveste do mesmo ideal e da mesma força de vinte anos atrás, para mais uma etapa de construção da nossa querida corporação, avisando aos policiais rodoviários federais ingressos depois de 1988, que têm a oportunidade de ver como tudo começou, sem dinheiro, sem estruturas físicas, criando o sindicato nacional na época, perseguidos pelo DNER, chamados de agitadores – já que era novidade sindicato no serviço público – vindo para o nosso lado. Foi assim que edificamos o sistema sindical que hoje se faz presente.

Não resta outra coisa a fazer nesta data a não ser dizer: Parabéns POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL, sucesso sempre! Continue na sua nobre missão de garantir a segurança pública dos usuários das rodovias federais – os nossos patrões – e a mais nobre de todas as missões: salvar vidas. E Salve também o dia 23 de julho, dia do policial rodoviário federal. A todos, nossos votos de saúde e paz, e que Deus os abençoe ricamente.

Maurício Carvalho Maia
Presidente